O sono é um importante factor para o bem-estar e para a qualidade de vida do ser humano. Assim, o impacto negativo dos distúrbios do sono não é negligenciável. Exemplos destes são a insónia, a apneia obstrutiva do sono, a apneia central do sono e a narcolepsia.
O que é a Apneia do Sono?
A Síndrome de Apneia Obstrutiva do Sono (SAOS) caracteriza-se pelo colapso da via aérea superior e bloqueio da passagem de ar. É um importante factor de risco para doenças crónicas, afectando 2 a 4% da população adulta. Para além disso, tem-se verificado um aumento de casos devido à prevalência de obesidade na sociedade. É duas a três vezes mais frequente nos homens, especialmente em obesos, mas também ocorre em mulheres pós-menopausa.
Como se manifesta?
Os sintomas mais comuns são paragens respiratórias nocturnas (apneias do sono), despertares nocturnos frequentes, roncopatia (ressonar) e cansaço/sonolência diurna. Pode também haver nictúria (urinar várias vezes durante a noite), sono não reparador, dor de cabeça matinal ou disfunção eréctil. Estes sintomas desenvolvem-se ao longo de anos e aumentam em paralelo com o aumento de peso e/ou idade. Contudo, a apresentação típica da SAOS – obesidade, roncopatia e apneias do sono testemunhadas – nem sempre se verifica e, por esse motivo, é fundamental abordar as questões referentes ao sono em todas as consultas.
Como poderá afectar a saúde?
Esta doença está associada a outras patologias, sendo a mais frequente a Hipertensão arterial (cerca de 25 a 50% destes doentes têm SAOS). Enfarte Agudo do Miocárdio, Acidente Vascular Cerebral (AVC), Insuficiência Cardíaca e Diabetes. Desta forma, na presença dessas doenças devem ser também procurados sinais e sintomas de apneia do sono.
Particularmente importante, a sonolência diurna excessiva e a dificuldade de concentração, sintomas comuns em doentes com SAOS, poderão contribuir para o aumento de acidentes de viação.
Como se trata?
O tratamento de eleição da SAOS consiste na ventiloterapia por pressão positiva domiciliária, através do fornecimento de pressão positiva contínua(CPAP) à via aérea, impedindo o seu colapso. Associadamente, a terapêutica comportamental e a adopção de estilos de vida saudáveis são igualmente importantes. Por conseguinte, está aconselhada a perda de peso, o exercício físico e evicção de álcool e de fármacos com efeitos sedativos antes de deitar.
Porquê tratar?
O não tratamento da SAOS aumenta cinco vezes o risco de morrer por doenças cardiovasculares. É importante a população estar desperta para esta problemática, não só pelo efeito negativo da sintomatologia no dia-a-dia, mas também pelas complicações cardiovasculares associadas e risco inerente de acidentes de viação.
Se reconhece os sintomas de apneia do sono contacte-nos para agendarmos uma consulta de Pneumologia.
Dra. Cláudia Santos